Gerenciar conflitos é um trabalho em equipe
“Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas”.
Charles Chaplin
Uma pesquisa recente comprovou que os brasileiros são os que mais misturam o lado pessoal com o lado profissional. Desta forma, há uma maior propensão em levar o conflito para o lado pessoal e isso pode acabar por comprometer o rendimento de toda uma equipe e até mesmo da empresa inteira. A pesquisa mostrou ainda que, no Brasil, são perdidas, em média, duas horas por semana para tentar controlar conflitos no ambiente de trabalho. Você já imaginou como essas duas horas poderiam ser muito mais produtivas?
A administração de conflitos é uma atribuição natural da liderança, isso significa que as pessoas esperam do líder a resolução dos problemas. Um líder que não trata os conflitos de maneira assertiva ou – mais grave – que acredita que eles podem se resolver sozinhos permite que sua equipe experimente momentos de insatisfação, desmotivação e insegurança.
De acordo com Warren Bennis, “os verdadeiros líderes não evitam, reprimem ou negam o conflito antes de enxergá-los como uma oportunidade. Partindo desse princípio, é possível fazer algumas deduções: o líder que evita o conflito é omisso; o líder que reprime o conflito é ditador; o líder que nega o conflito é utópico; o líder que vê no conflito uma oportunidade é otimista e pode provocar mudanças verdadeiramente significativas.”
Os líderes que veem o conflito como uma oportunidade podem alcançar efeitos potencialmente positivos como, por exemplo, a identificação aperfeiçoada do problema, o aumento da motivação das pessoas que se envolvem na solução e, consequentemente, a união do grupo, o aumento do conhecimento, o aperfeiçoamento da criatividade, o incentivo para o crescimento, dentre outros.
Vejamos alguns exemplos de situações que poderão ser geradoras de conflitos na sua empresa ou no seu ambiente de trabalho:
- Primeiramente, consideremos a diferença de valores pessoais dos membros que formam uma equipe que pode ser um detonador de conflitos interpessoais e que consequentemente influirão nas relações de trabalho.
- Consideremos também os conflitos que podem ser causados por questões organizacionais, tais como: a má comunicação, os objetivos conflitantes entre aqueles que integram as equipes ou os recursos insuficientes para a realização de projetos.
DeRose, empresário e professor que trabalha há 56 anos ensinando reeducação comportamental, fala que “os conflitos entre seres humanos raramente têm um motivo racional. São quase sempre emocionais. E emocionais às raias da insanidade."
O professor complementa: "Começam por causa de uma determinada modulação da voz ou da imperceptível contração de um músculo facial, captado pelo inconsciente instintivo, o qual deflagrará todo um sistema de autodefesa e o humanóide responderá com causticidade. A partir daí, cada hominídeo se colocará dentro de uma fortaleza e tratará de defender os seus pontos de vista, tentando provar ao outro que está com a razão. O problema é que os dois estarão fazendo a mesma coisa, logo, não chegarão a parte alguma." Faz muito sentido, não é?
Na próxima semana, vamos compartilhar com você seis dicas práticas para ajudá-lo a administrar eventuais conflitos que estejam atrapalhando o desenvolvimento de sua liderança.