A quem interessa a cegueira para a verdade?
Texto por Paola Martins
A luminosidade pode ser percebida mesmo de olhos fechados. Assim também acontece com a verdade. Mesmo que façamos questão de escondê-la (do mundo ou de nós mesmos), ainda que fechemos os olhos com afinco, determinados a não enxergar a realidade das coisas, ainda assim a verdade permanece ali, retumbante e perceptível.
Tentar negar o óbvio, buscar se esforçar para criar teias de mentiras, sustentar inverdades, ou promover omissões, tudo isso são espécies de cegueira.
Queremos ver, tudo, o tempo inteiro. Buscamos incessantemente informações e estímulos externos, principalmente com nossos smartphones em nossas mãos.
Não raro, utilizamos esses estímulos como cascalho, para soterrar a verdade, a realidade daquilo o que queremos, daquilo o que pensamos, daquilo o que sentimos, lá no fundo, deixando quase que inacessível, até para nós mesmos.
A quem interessa a cegueira para a verdade?
No âmbito individual, não pode ser interessante que estejamos tão insertos nos automatismos que se impõe que sequer tenhamos a lucidez de enxergar nossas ânsias particulares que compõem aquilo o que realmente somos.
Enquanto não nos esforçarmos seriamente no sentido de sermos, a cada dia, mais verdadeiros com o que somos, estamos mantendo uma postura desleal conosco.
Quantas inverdades proferimos, só porque estamos acostumados com elas?
O que era verdade ontem, não necessariamente se mantém sendo verdade para sempre, e precisamos estar atentos para perceber essas mudanças.
Se não colocarmos consciência constante nisso, acabamos fadados a repetir um “eu te amo” que já não cabe mais no peito, um “não gosto desse sabor” que não concorda mais com o paladar, um “penso dessa forma” que já não reflete mais nossas ideias.
Viver uma vida repleta dessas inverdades automáticas e inconscientes é um desserviço não apenas para nós mesmos, mas para o mundo.
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