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Compaixão

Texto por Paola Martins





Os mais lúcidos dentre nós, diante do caos instaurado no mundo com a pandemia de COVID-19 que se arrasta há um ano, permitem-se sentir muito, o tempo todo.


Sentir consiste em ser capaz de perceber, ter consciência daquilo que se desenrola à nossa volta. O contrário disto é se manter em um estado de dormência, quando nos deixamos ser apenas zumbis, a quem a vida simplesmente acontece, ao invés de acontecer para a vida.


Por isso, deixar de sentir, negar nossos sentimentos, que, neste momento histórico, são tão individuais quanto são conjuntos, apenas nos reveste de sofrimentos.


A compaixão é uma habilidade chave a ser exercitada para que tenhamos a potência de sairmos deste caos antifrágeis. Mas, para desenvolver compaixão diante de tudo o que estamos vivendo, compaixão com os outros e também e principalmente, compaixão com nós mesmos, não podemos deixar de sentir.


Alguns de nós não precisam recorrer aos sentidos mais densos para conseguir sentir - sejam suas próprias emoções, sejam as emoções das pessoas à volta, sejam os sentimentos de todo o corpo social no qual estamos inseridos. Aos menos versados na arte da sutileza e da empatia, é preciso ver, ouvir, tocar. Ativar os sentidos mais densos para que seja, então, ativado o emocional.


Sentir, de forma plena, sem julgamentos e sem freios, é o primeiro passo. A construção de um mundo com mais compaixão pode começar com cada um de nós. Você pode ser a gota de compaixão que fará diferença neste mundo.


Compaixão, segundo o dicionário Michaelis, é a “dor que nos causa o mal alheio”.


Quando perdemos a habilidade de exercitar essa conexão, perdemos uma parte daquilo que nos faz fundamentalmente humanos.


As habilidades do futuro passam, necessariamente, por administrarmos o presente e sairmos no final deste túnel não cegos - mas sim fortalecidos.


Podemos transformar a fragilidade em potência, se assim nos propusermos. Comecemos exercitando o ato de amor de sentir, pelo outro e por si próprio, compaixão ante as dores presentes, para que a antifragilidade nos encaminhe à transcendência.


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