Níveis da consciência e estresse
Texto por Paola Martins
O estresse é um fenômeno físico.
Tanto é verdade que o termo estresse, no âmbito científico, foi, primeiro, objeto de estudo e emprego pelos ramos da Física e da Engenharia, que o utilizavam como termo técnico para designar forças que atuam sobre a mesma resistência, representando a carga que um material pode suportar antes de se romper, como bem elucida o artigo Evolução História do Conceito de Estresse, de autoria dos doutores em enfermagem Rodrigo Marques da Silva, Carolina Tonini Goulart, Laura de Azevedo Guido, publicado na Revista Científica Sena Aires. (http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/viewFile/316/225)
Ao longo dos anos, o conceito e o emprego deste termo migraram para os ramos da saúde, sendo hoje definido pelo dicionário Michaelis como o “Estado físico e psicológico provocado por agressões que excitam e perturbam emocionalmente o indivíduo, levando o organismo a um nível de tensão e desequilíbrio, em consequência do aumento da secreção de adrenalina; estricção”.
Essa é a acepção mais amplamente difundida deste vocábulo. Mas queremos convidar você a revisitar o conceito outrora utilizado pela Física e Engenharia, que propõe o estresse como uma FORÇA, ou seja, como uma potência.
Para além dos julgamentos de valor e das conotações negativas que o estresse assumiu na nossa sociedade contemporânea, podemos encontrar utilidade prática e vantajosa em sentir estresse ao longo da nossa história.
Isto porque, tratando-se de um fenômeno físico, os resultados deste fenômeno podem ser moldados aos seus propósitos, de acordo com a interpretação que você faz do mesmo. Como toda a força, o estresse pode proporcionar impulso, movimento, propulsão.
O Professor Joris Marengo nos ensina que “O estresse é a reação natural de todos os organismos vivos diante de qualquer modalidade de ameaça, seja ela real ou imaginária”. Ou seja, o estresse nos move, e nos é natural. Já sentimos estresse diante de predadores desde a idade da pedra. Claro que, hoje em dia, os predadores diminuíram de tamanho, mas ainda existem, personificados em chefes abusivos, clientes exigentes ou mesmo em uma família pouco acolhedora.
As reações químicas e biológicas que o seu corpo produz quando se depara com situações que ameaçam sua integridade, em qualquer nível, são a sua defesa natural e orgânica. O estresse é o sinal de alerta do seu corpo, que te manda a clara mensagem de que há uma sobrecarga. A única coisa que você precisa fazer é saber se ouvir.
O seu organismo se esforça para compensar o grau de exigência a que está sendo submetido. Ele amplifica, por exigência do meio, a força necessária para gerar os resultados. E, como toda a energia biológica, uma vez que você se tornar consciente da manifestação do estresse no seu corpo, você pode canalizá-lo, direcioná-lo, utilizá-lo ao seu bel prazer.
Você não será capaz de eliminar o estresse, e isso nem seria saudável (pois se o fizesse, acabaria imerso em um profundo estado de letargia e apatia), mas você pode amestrá-lo.
O primeiro passo é tornar-se ciente de si. Perceber suas reações, suas emoções, seus gatilhos. O que te deixa estressado no dia a dia? E como você contorna isso, normalmente?
Algumas ferramentas de gerenciamento de estresse são mais saudáveis do que outras: Você pode diluir seu estresse dentro de um pote de sorvete ou em um parque, correndo. Você pode canalizar seu estresse para maratonar uma série na netflix ou para escrever um livro...E assim por diante.
Assuma responsabilidade pelas suas escolhas, e você será igualmente responsável pelos seus resultados. O primeiro passo, desde o Oráculo de Delfos, não é nenhuma novidade: Nosce te ipsum ou temet nosce (Conhece-te a ti mesmo).
Traga a sua consciência para a única coisa que existe de fato no seu mundo: você mesmo.
Se liga no vídeo do Professor DeRose comentando esse assunto que separamos para você!
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