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Sem poder, não há dilema

Texto por Paola Martins




O conflito só brota no peito e na mente daquele que tem o poder de fazer alguma coisa, e pode optar pela responsabilidade (e as consequências) de deixar de fazer. Toda a questão existencial surge de uma potencialidade, de uma porta que se abre, de um encruzilhada que se apresenta.


Somente aquele que é alto o suficiente para andar na montanha russa é que tem o dilema de enfrentar seus medos ou permanecer seguro e confortável com os pés no chão.


O primeiro passo para desenvolver qualquer poder, é ter consciência de suas fraquezas, pois é somente no momento em que conhecemos os furos e rachaduras em nossa estrutura, é que temos a oportunidade e a capacidade de nos tornarmos mais fortes.


A opção inversa, é simplesmente transitar pelo mundo adormecido, anestesiado.


Sem poder, sem dilema, sem conflito.


Poderes vêm para o bem, mas algumas vezes trazem males.


A linha tênue que separa os efeitos das potências que adquirimos reside no trajeto que percorremos para desenvolver cada uma das nossas habilidades, em como escolhemos olhar para as pegadas que deixamos para trás, e como optamos por encarar os caminhos que se abrem à nossa frente.


Sempre existe a possibilidade, a escolha, de modificar a nossa realidade - passado, presente e futuro - de acordo com a ótica que escolhemos colocar nela e nos eventos que a compõem.


O exercício do contentamento, como uma prescrição ética, pode servir como a lente necessária para recolorir dias nublados e para transformar sua realidade na exata medida daquilo que você precisa e daquilo o que você deseja que se concretize para lhe trazer satisfação e felicidade.


Como tudo na nossa prática, o contentamento pode e precisa ser exercitado para ser aprimorado. Para uns, virá mais naturalmente e com menos esforço. Para outros, serão necessários muitos anos de autossuperação e trabalho sobre si mesmo.


O Prof. DeRose ensina que nosso intento deve ser de extrair contentamento de todas as situações, e que tanto este, quanto a sua antítese, o descontentamento, são independentes das circunstâncias geradoras. Surgem, crescem e cingem o indivíduo apenas devido à existência do gérmen desses sentimentos no âmago da personalidade.


Acima de tudo, devemos nos esforçar seriamente para ter o poder de escolher o contentamento nas menores coisas do dia a dia, mesmo que todo o restante do universo esteja contra a gente (e ele normalmente não está nem aí pra gente).


Se permitirmos, o descontentamento entra por todas as frestas, como erva daninha.


É preciso ter poder para termos a escolha do contentamento.


Aqueles que estão dispostos, terão cada vez mais poder, e dilemas cada vez maiores.



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